20 de nov. de 2012

Por que os deuses gregos são mitos culturais e os deuses africanos são considerados como demônios



                                       (Mitologia Africana)                ( Mitologia Grega)

                                                         
                                                      
Brasil cantado em prosa e verso como o país da Multiculturalidade e de repente se vê uma discussão sobre o nome de uma novela. 

O que está por trás disso. Simples, Trezentos e oitenta e oito anos de subjugação humana, com a conivência da Igreja e da elite, vinte e um anos de ditadura e um ensino atrelado ao poder público amordaçado pelo poder dos generais.

A massa humana que “generosamente” a Princesa Isabel libertou ficou sem casa, sem comida, tendo apenas sua religião sincretizada pelos santos católicos.

Enquanto os santos brancos da Igreja Católica eram adorados os santos africanos ficaram a margem sendo depreciados e generalizados como demônios. Mas, porque esse país tão laico aceita com naturalidades deuses gregos e renegam os africanos?

Ora, porque a religião africana está viva, pujante enquanto a europeia está morta não incomoda e não fere a 
Poderosa Igreja Católica e as Igrejas Evangélicas sempre omissas quanto se trata de ficar contra o estado e a favor da massa sofrida e deixada à própria sorte.

A mitologia europeia é interpretada hoje sem restrição. Mas há restrição quando falamos em mitologia africana, certamente porque a relacionamos com o culto aos orixás candomblé e umbanda, ainda vivo na África e no Brasil.

Esse estigma só ira se acabar quando a escola não tiver preconceito em falar sobre a beleza do sincretismo religioso da modernidade e lembrar que sejam quais for às crenças elas levam a um único Deus, tenha Ele o nome que tiver.

Reconhecer o grande valor cultural das manifestações religiosas da África sem associada ao mal é o que todos devemos fazer, mas as pessoas veem essa religiosidade, mais como uma forma de racismo camuflado do que por sua característica religiosa.

 Vale ressaltar que a desigualdade não se reflete apenas nos indicadores sociais ou nos desníveis de renda: essa é a expressão mais evidente do racismo. Ela evidencia uma estrutura cultural e social que acaba por mascarar uma discriminação mais profunda: a desvalorização, desumanização e desqualificação, ou o não-reconhecimento simbólico das tradições, saberes e fazeres do povo afro-descendente.


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