31 de jan. de 2012
17 de jan. de 2012
No dia 13 de junho de 1888: Nasce Fernando Antônio Nogueira Pessoa, em Lisboa.
Fernando Antônio Nogueira Pessoa nasceu na cidade Lisboa, em 13 de Junho de 1888. Por isso, o dia de Santo Antônio é também dia de recordar Pessoa.
124º ano do seu nascimento. E para homenagear esse gênio da Literatura, um dos seus poemas ou melhor de seu heterônimo Álvaro de Campos
No TEMPO em que festejavam o dia dos meus anos,
Eu era feliz e ninguém estava morto.
Na casa antiga, até eu fazer anos era uma tradição de há séculos,
E a alegria de todos, e a minha, estava certa com uma religião qualquer.
No TEMPO em que festejavam o dia dos meus anos,
Eu tinha a grande saúde de não perceber coisa nenhuma,
De ser inteligente para entre a família,
E de não ter as esperanças que os outros tinham por mim.
Quando vim a ter esperanças, já não sabia ter esperanças.
Quando vim a olhar para a vida, perdera o sentido da vida.
Sim, o que fui de suposto a mim-mesmo,
O que fui de coração e parentesco.
O que fui de serões de meia-província,
O que fui de amarem-me e eu ser menino,
O que fui — ai, meu Deus!, o que só hoje sei que fui...
A que distância!...
(Nem o acho...)
O tempo em que festejavam o dia dos meus anos!
O que eu sou hoje é como a umidade no corredor do fim da casa,
Pondo grelado nas paredes...
O que eu sou hoje (e a casa dos que me amaram treme através das minhas
lágrimas),
O que eu sou hoje é terem vendido a casa,
É terem morrido todos,
É estar eu sobrevivente a mim-mesmo como um fósforo frio...
No tempo em que festejavam o dia dos meus anos...
Que meu amor, como uma pessoa, esse tempo!
Desejo físico da alma de se encontrar ali outra vez,
Por uma viagem metafísica e carnal,
Com uma dualidade de eu para mim...
Comer o passado como pão de fome, sem tempo de manteiga nos dentes!
Vejo tudo outra vez com uma nitidez que me cega para o que há aqui...
A mesa posta com mais lugares, com melhores desenhos na loiça, com mais copos,
O aparador com muitas coisas — doces, frutas o resto na sombra debaixo do alçado —,
As tias velhas, os primos diferentes, e tudo era por minha causa,
No tempo em que festejavam o dia dos meus anos...
Pára, meu coração!
Não penses! Deixa o pensar na cabeça!
Ó meu Deus, meu Deus, meu Deus!
Hoje já não faço anos.
Duro.
Somam-se-me dias.
Serei velho quando o for.
Mais nada.
Raiva de não ter trazido o passado roubado na algibeira!...
O tempo em que festejavam o dia dos meus anos!...
15/10/1929
Uma visão breve sobre a vida e a obra do maior poeta da língua portuguesa:
- 1888: Nasce Fernando Antônio Nogueira Pessoa, em Lisboa.
- 1893: Perde o pai.
- 1895: A mãe casa-se com o comandante João Miguel Rosa. Partem para Durban, África do Sul.
- 1904: Recebe o Prêmio Queen Memorial Victoria, pelo ensaio apresentado no exame de admissão à Universidade do Cabo da Boa Esperança.
- 1905: Regressa sozinho a Lisboa.
- 1912: Estréia na Revista Águia.
- 1915: Funda, com alguns amigos, a revista Orpheu.
- 1918/1921: Publicação dos English Poems.
- 1925: Morre a mãe do poeta.
- 1934: Publica Mensagem.
- 1935: Morre de complicações hepáticas em Lisboa.
Os versos acima, escritos com o heterônimo de Álvaro de Campos, foram extraídos do livro "Fernando Pessoa - Obra Poética", Cia. José Aguilar Editora - Rio de Janeiro, 1972, pág. 379.
Fonte: http://www.releituras.com/fpessoa_aniversario.asp
124º ano do seu nascimento. E para homenagear esse gênio da Literatura, um dos seus poemas ou melhor de seu heterônimo Álvaro de Campos
Aniversário
Fernando Pessoa
(Álvaro de Campos)
(Álvaro de Campos)
No TEMPO em que festejavam o dia dos meus anos,
Eu era feliz e ninguém estava morto.
Na casa antiga, até eu fazer anos era uma tradição de há séculos,
E a alegria de todos, e a minha, estava certa com uma religião qualquer.
No TEMPO em que festejavam o dia dos meus anos,
Eu tinha a grande saúde de não perceber coisa nenhuma,
De ser inteligente para entre a família,
E de não ter as esperanças que os outros tinham por mim.
Quando vim a ter esperanças, já não sabia ter esperanças.
Quando vim a olhar para a vida, perdera o sentido da vida.
Sim, o que fui de suposto a mim-mesmo,
O que fui de coração e parentesco.
O que fui de serões de meia-província,
O que fui de amarem-me e eu ser menino,
O que fui — ai, meu Deus!, o que só hoje sei que fui...
A que distância!...
(Nem o acho...)
O tempo em que festejavam o dia dos meus anos!
O que eu sou hoje é como a umidade no corredor do fim da casa,
Pondo grelado nas paredes...
O que eu sou hoje (e a casa dos que me amaram treme através das minhas
lágrimas),
O que eu sou hoje é terem vendido a casa,
É terem morrido todos,
É estar eu sobrevivente a mim-mesmo como um fósforo frio...
No tempo em que festejavam o dia dos meus anos...
Que meu amor, como uma pessoa, esse tempo!
Desejo físico da alma de se encontrar ali outra vez,
Por uma viagem metafísica e carnal,
Com uma dualidade de eu para mim...
Comer o passado como pão de fome, sem tempo de manteiga nos dentes!
Vejo tudo outra vez com uma nitidez que me cega para o que há aqui...
A mesa posta com mais lugares, com melhores desenhos na loiça, com mais copos,
O aparador com muitas coisas — doces, frutas o resto na sombra debaixo do alçado —,
As tias velhas, os primos diferentes, e tudo era por minha causa,
No tempo em que festejavam o dia dos meus anos...
Pára, meu coração!
Não penses! Deixa o pensar na cabeça!
Ó meu Deus, meu Deus, meu Deus!
Hoje já não faço anos.
Duro.
Somam-se-me dias.
Serei velho quando o for.
Mais nada.
Raiva de não ter trazido o passado roubado na algibeira!...
O tempo em que festejavam o dia dos meus anos!...
15/10/1929
Uma visão breve sobre a vida e a obra do maior poeta da língua portuguesa:
- 1888: Nasce Fernando Antônio Nogueira Pessoa, em Lisboa.
- 1893: Perde o pai.
- 1895: A mãe casa-se com o comandante João Miguel Rosa. Partem para Durban, África do Sul.
- 1904: Recebe o Prêmio Queen Memorial Victoria, pelo ensaio apresentado no exame de admissão à Universidade do Cabo da Boa Esperança.
- 1905: Regressa sozinho a Lisboa.
- 1912: Estréia na Revista Águia.
- 1915: Funda, com alguns amigos, a revista Orpheu.
- 1918/1921: Publicação dos English Poems.
- 1925: Morre a mãe do poeta.
- 1934: Publica Mensagem.
- 1935: Morre de complicações hepáticas em Lisboa.
Os versos acima, escritos com o heterônimo de Álvaro de Campos, foram extraídos do livro "Fernando Pessoa - Obra Poética", Cia. José Aguilar Editora - Rio de Janeiro, 1972, pág. 379.
Fonte: http://www.releituras.com/fpessoa_aniversario.asp
12 de jan. de 2012
Confira:
Calendário 2012
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11 de jan. de 2012
TERMOPILAS: DEPUTADO É FLAGRADO
Em diversas conversas gravadas por ordem judicial, Euclides trava diálogos com uma mulher, que alicia e marca os encontros entre as jovens e o deputado em troca de dinheiro ou presentes.
Cobrança
Em uma das conversas, Euclides é cobrado pela sua agenciadora, que fala sobre uma moça chamada “Carol” que teria vindo a Porto Velho para manter relações com o deputado.
Confira:
Mulher: A Carol tá aqui, toda se achando porque foi para Porto Velho, ganhou isso, ganhou aquilo de você.
Euclides – Ela ganhou o mesmo que eu falei para você.
Mulher – Para mim você não falou nada deputado, o senhor combinou com ela, ela nem me avisou.
Euclides – E ela não te deu nada?
Mulher – Pra mim, a Carol? Nem o presente do meu aniversário que vai ser agora ela me deu.
Euclides – Então ela já está fora, nunca mais.
Mulher – A Camila quer saber o que aconteceu que você não está ligando mais pra ela.
Euclides – Oito horas amanhã de manhã combina com ela.
Mulher – Mais e eu, no caso, meu presente? Meu aniversário é domingo.
Euclides – Eu vou dar um jeito de chegar na tua mão. Eu não te levei o capacete lá? E amanhã mesmo eu te levou, vou ver se consigo comprar alguma coisa, mas não tem nada a ver com notebook não.
Mulher – Eu estou fazendo tudo que você quer, você não está gostando das meninas?
Eu outro diálogo o parlamentar reclama da “última que veio para Porto Velho, era horrível”. A mulher então afirma, “não, essa que vou mandar agora não tem nada a ver”,
confira:
Mulher – E você vai pagar quanto para ela?
Euclides – mas aí depende de quem vai...
Mulher – Vou mandar a Dilmara.
Euclides – há mas não sei quem é...
Mulher – não tem nem como falar quem é...
Euclides – Mas parece quem?
Mulher – não parece ninguém da gente. Ela tem a altura da Paulinha, cabelo preto...
Euclides – Aquela que foi para Porto Velho é horrível, aquele dia.
Mulher – Qual?
Euclides – Uma que você mandou.
Mulher – Não, a primeira né? Não, não tem nada a ver com aquilo lá não. Você quer estilo o que, Camila?
Euclides – Isso, isso...
Mulher – Tá, vou ver.
Em uma terceira conversa, a mesma mulher informa que está “arrumando a Fabíola” para o parlamentar. Antes eles conversam sobre uma festa da qual ela teria participado. Ele questiona se a “Camila” perguntou por ele.
Em seguida, começam a falar sobre uma menina que está em processo de aliciamento. No diálogo, percebe-se a insistência de Euclides, que ao ser informado que a moça não viria a Porto Velho, manda que a cafetina ajeite um encontro em Ji-Paraná.
Mulher – Fabíola, ela é bonita.
Euclides – Quem é?
Mulher – Fabíola, tem namorado.
Euclides – Ela não pode vir aqui (em Porto Velho)?
Mulher – Ela não tem coragem.
Euclides – Há,...trás ela. Vem com ela amanhã a noite.
Mulher – Mesmo assim ela não vai ter coragem não...é muito manhosinha ela. Nunca foi aí também, e aí ela fica com medo, entendeu?
Euclides – Mas junto com você...
Mulher – É eu sei, mas mesmo assim ela vai ter medo.
Cobrança
Em uma das conversas, Euclides é cobrado pela sua agenciadora, que fala sobre uma moça chamada “Carol” que teria vindo a Porto Velho para manter relações com o deputado.
Confira:
Mulher: A Carol tá aqui, toda se achando porque foi para Porto Velho, ganhou isso, ganhou aquilo de você.
Euclides – Ela ganhou o mesmo que eu falei para você.
Mulher – Para mim você não falou nada deputado, o senhor combinou com ela, ela nem me avisou.
Euclides – E ela não te deu nada?
Mulher – Pra mim, a Carol? Nem o presente do meu aniversário que vai ser agora ela me deu.
Euclides – Então ela já está fora, nunca mais.
Mulher – A Camila quer saber o que aconteceu que você não está ligando mais pra ela.
Euclides – Oito horas amanhã de manhã combina com ela.
Mulher – Mais e eu, no caso, meu presente? Meu aniversário é domingo.
Euclides – Eu vou dar um jeito de chegar na tua mão. Eu não te levei o capacete lá? E amanhã mesmo eu te levou, vou ver se consigo comprar alguma coisa, mas não tem nada a ver com notebook não.
Mulher – Eu estou fazendo tudo que você quer, você não está gostando das meninas?
Eu outro diálogo o parlamentar reclama da “última que veio para Porto Velho, era horrível”. A mulher então afirma, “não, essa que vou mandar agora não tem nada a ver”,
confira:
Mulher – E você vai pagar quanto para ela?
Euclides – mas aí depende de quem vai...
Mulher – Vou mandar a Dilmara.
Euclides – há mas não sei quem é...
Mulher – não tem nem como falar quem é...
Euclides – Mas parece quem?
Mulher – não parece ninguém da gente. Ela tem a altura da Paulinha, cabelo preto...
Euclides – Aquela que foi para Porto Velho é horrível, aquele dia.
Mulher – Qual?
Euclides – Uma que você mandou.
Mulher – Não, a primeira né? Não, não tem nada a ver com aquilo lá não. Você quer estilo o que, Camila?
Euclides – Isso, isso...
Mulher – Tá, vou ver.
Em uma terceira conversa, a mesma mulher informa que está “arrumando a Fabíola” para o parlamentar. Antes eles conversam sobre uma festa da qual ela teria participado. Ele questiona se a “Camila” perguntou por ele.
Em seguida, começam a falar sobre uma menina que está em processo de aliciamento. No diálogo, percebe-se a insistência de Euclides, que ao ser informado que a moça não viria a Porto Velho, manda que a cafetina ajeite um encontro em Ji-Paraná.
Mulher – Fabíola, ela é bonita.
Euclides – Quem é?
Mulher – Fabíola, tem namorado.
Euclides – Ela não pode vir aqui (em Porto Velho)?
Mulher – Ela não tem coragem.
Euclides – Há,...trás ela. Vem com ela amanhã a noite.
Mulher – Mesmo assim ela não vai ter coragem não...é muito manhosinha ela. Nunca foi aí também, e aí ela fica com medo, entendeu?
Euclides – Mas junto com você...
Mulher – É eu sei, mas mesmo assim ela vai ter medo.
Euclides – E aí, em Ji-Paraná?
Mulher – Aqui não. Aqui eu acho que ela vai poder.
Euclides – Então tá. Então vê aí que quando eu chegar falo com...
Mulher – Você vai vir para cá quando?
Euclides – Sexta.
Mulher – Tá, eu vou falar com ela. Se eu ver alguma outra menina bonita eu te aviso.
As conversas entre Euclides Maciel e sua cafetina de Ji-Paraná foram gravadas antes e após as prisões da Operação Termópilas e revelam um perfil completamente diferente daquele que o parlamentar apresenta em seu programa de televisão.
FONTE: EXTRA DE RONDÔNIA
AUTOR: PAINEL POLITICO
FOTO: ARQUIVO
AUTOR: PAINEL POLITICO
FOTO: ARQUIVO