Total de negros em empresas aumenta, mas se mantém baixo em cargos de direção
*Da redação
A proporção de negros no quadro funcional nas 500 maiores empresas do Brasil cresceu de 25,1% para 31,1% entre 2007 e 2010, segundo uma pesquisa do Instituto Ethos de Responsabilidade Social divulgada na última quinta-feira (11/11). Apesar disso, eles ainda ocupam apenas 5,3% dos cargos de executivos.
Além deles, o alto escalão das empresas é formato por 13,2% de gerentes negros e por 25,6% de supervisores. “A proporção de negros é progressivamente menor nos níveis hierárquicos mais elevados”, o que configura um “afunilamento”, segundo o estudo, intitulado Perfil Social, Racial e de Gênero das 500 Maiores Empresas e suas Ações Afirmativas – 2010.
Apesar disso, os negros formam 46,5% da população economicamente ativa (PEA) do país e 45% das pessoas ocupadas em 2008, segundo a pesquisa, lançada às vésperas do Dia da Consciência Negra, comemorado no próximo sábado (20/11).
Os negros, grupo formado por pretos e pardos, segundo a classificação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), representavam 51,1% da população brasileira em 2009, o equivalente a 98 milhões de pessoas. Os brancos são 48.2% dos brasileiros, ou 92,5 milhões de indivíduos, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) de 2009, usada no estudo.
Para o presidente do Instituto Ethos, Jorge Abrahão, a desigualdade entre brancos e negros no universo corporativo deve-se a “uma forte questão cultural arraigada na sociedade e à falta de políticas de diversidade nas empresas”, como afirmou em entrevista à agência Afropress.
O estudo foi realizado em parceria com o Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (Ibope) e contabilizou respostas de 620 mil empregados e 109 empresas, que registram faturamento anual entre R$ 1 bilhão e R$ 3 bilhões. Foram enviados questionários para as 500 maiores empresas do país, mas apenas as 109 contabilizadas responderam.
Mulheres
O abismo de desigualdade é maior entre as mulheres negras: embora representem a maioria da população brasileira, elas são apenas 9,3% do quadro funcional das empresas e 0,5% dos executivos. Em números absolutos, são seis executivas negras (todas pardas) nas 109 empresas avaliadas.
"Existe uma certa acomodação, evita-se apostar no novo, criar políticas de diversidade", constatou Abrahão. “A presença da mulher negra em posições executivas é de 0,5%, dado assustador”.
As mulheres negras representam uma parcela de 50,1% do total de mulheres brasileiras e correspondem a um contingente de 25,6% de toda a população.
*Com informações da agência de notícias Afropress e da pesquisa "Perfil Social, Racial e de Gênero das 500 Maiores Empresas e suas Ações Afirmativas - 2010".
Um comentário:
"Existe um povo que a bandeira empresta..."Talvez um dia quem sabe!
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